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domingo, 8 de julho de 2012

Antevisão do Tour: Etapa 8



A etapa nº 8 do Tour de France 2012 é uma das etapas da 99ª edição do Tour mais interessantes. Partindo de Belfort até à cidade suíça de Porrentruy, o percurso vai ser feito em 157.5 km, uma quilometragem curta para este tipo de etapas no Tour, passando por várias contagens de montanha (7 no total). De realçar que Porrentruy é uma cidade estreante nas andanças da Grande Boucle, enquanto Belfort já recebeu o Tour em 29 ocasiões.

Apesar de não ser uma verdadeira etapa de montanha, o ponto mais alto, curiosamente, é no sprint intermédio situado a 1046 metros de altitude, a etapa vai ser feita na sua maioria em subida ou em descida. O perfil da etapa está cheio de contagens de montanha curtas mas íngremes, o que sugere uma etapa repleta de ataques. Além das subidas existem as descidas, que também são elas de elevada inclinação e manhosas podendo elas tomar um papel importante no desenrolar da etapa.

O perfil desta etapa indica, pela primeira vez neste Tour, maiores probabilidades de uma fuga vir a resultar. Desse modo, é de prever uma grande luta logo no início da etapa na formação da fuga. É provável também que a fuga venha a conter alguns grandes nomes do pelotão, ciclistas de 2ª linha poderosos e combativos que encaixem bem numa etapa como a de hoje. Será também um bom dia para ver quem serão os ciclistas que querem lutar pela camisola das montanhas.

As Montanhas


Como podemos ver, são várias as contagens de montanha e elas vão se suceder umas às outras sem passar por terreno plano. Podemos dividir a etapa em três partes. A 1ª parte da etapa vai ser dedicada exclusivamente à fuga. Os primeiros km vão ser percorridos a alta velocidade em direção às duas primeiras contagens de montanha. Se a fuga não tiver sido resolvida no terreno plano, esta sucessão de duas contagens, a primeira de 4ª categoria e a Côte du Passage de la Doleur (que se traduz em português por a Passagem da Dor) de 3ª categoria, vai tomar conta do assunto.

Após os 30 km iniciais teremos a 2ª parte da corrida, onde a fuga, em princípio já formada, vai querer aumentar a sua vantagem para o pelotão o máximo possível. Os ciclistas vão encontrar nesta parte de corrida uma sucessão de 3 contagens de 3ª categoria ao km 50, 73 e 97. Se no pelotão houver equipas sem homens na fuga e com interesse na vitória vão ter de trabalhar já nesta parte da corrida, de modo a garantir que a fuga não ganhe uma vantagem muito ampla.

Esta 2ª parte não deve haver ataques significativos, apesar da última contagem Côte de Saulcy ser terrível, com várias rampas acima dos 11%. Contudo, está situada a 60 km da meta e a 30 km da próxima contagem de montanha, mas mais importante, após a passagem pelo topo os ciclistas não vão descer, mas sim percorrer um falso plano de 10 km até ao sprint intermédio. A conjugação destes fatores deve impedir ataques por parte de homens importantes.

Uma pequena palavra para o sprint intermédio, que após 5 contagens de montanha percorridas e com uma fuga mais extensa do que o habitual na frente, não deve ser contestado pelos que lutam na classificação por pontos. Contudo, os únicos que ainda possam vir a “sprintar” sejam o camisola verde Peter Sagan e Matthew Goss, alias como já sucedeu na etapa anterior.

Após o sprint intermédio entramos na 3ª parte da corrida que começa com uma longa descida de quase 20 km. Por esta altura os ciclistas já se encontram a 30 km da meta e vão ter ainda uma rápida sucessão de 2 contagens de montanha, separados por uma descida ingreme de 7 km. São duas subidas muito difíceis, especialmente a última que é uma contagem de 1ª categoria.

Como podemos ver pelo gráfico, a Col de la Croix não é pera doce e entra logo a matar com um primeiro km a 10% e com rampas a chegar aos 15%. No miolo da subida a inclinação “suaviza” para uns 9,1% e 7,8%, mas aumenta logo para os 10,3% últimos 700 metros com rampas a 17%. Uma subida muito complicada, onde manter a roda do ciclista da frente é já de si um grande problema. Espera-se nestas duas subidas finais muita ação e tensão, com muita boa gente a sofrer e a perder tempo valioso para as suas aspirações à classificação final.

O Final


O final da etapa, ao contrário do resto da etapa, tem pouco interesse. Após a 1ª categoria, os ciclistas enfrentam uma descida de 5km e terreno plano nos 10 km finais até à meta. Como não se espera que chegue um grupo muito grande de ciclistas na frente, a sucessão de rotundas e de curvas a 3000 metros da meta não deverá ter influência na corrida. Nos kms finais o único ponto de interesse será apenas um grande dinossauro “estacionado” numa rotunda a 750 metros do final. A reta final virá após essa rotunda e será feita numa estrada com largura de 6 metros.

Os Favoritos


Como mencionamos anteriormente, a fuga tem uma verdadeira oportunidade de ganhar a etapa e por isso espera-se que alguns nomes importantes do pelotão ingressem na fuga, como Sylvian Chavanel, Simon Gerrans, Alexander Vinokourov e Thomas Voeckler. A luta pela classificação da montanha também vai aquecer, e homens como Chris Anker Sorensen, David Moncoutie, Johnny Hoogerland e Pieter Weening tentarão a sua sorte. Hoje também é um dia que pode assentar, no papel, ao nosso Sérgio Paulinho, por isso esperemos que o português esteja em boa forma e tente algumas movimentações.

Dentro dos homens que lutam de mais perto por um lugar dentro do top10, o sobe-e-desce da etapa de hoje assenta bem a Vincenzo Nibali. O homem da Liquigas tem uma paixão especial pelas descidas, ao contrário do camisola amarela Bradley Wiggins. A Nibali pode-se juntar homens como Cadel Evans e Samuel Sanchez no ataque ao britânico da Sky. O perfil da etapa é um convite para um ciclista de características atacantes, por isso espera-se uma grande etapa.



A transmissão televisiva começa pelas 12:00, podendo amponhar a etapa na Eurosport por volta da mesma hora e na RTP2 por volta das 14:00, com o final da etapa previsto para as 16:00/16:30. A etapa será transmitida na íntegra pela Eurosport e é das poucas oportunidades no ano para os telespectadores assistirem a uma etapa na sua totalidade, por isso aconselho vivamente a seguirem a transmissão por completo.

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