Comunicação

O nosso email: pontonodesporto@hotmail.com

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Paixão e suor, Barcelona e Real.


Dizia Albert Einstein, que vivia com 1% de trabalho e 99% de imaginação. Vendo o Barcelona jogar, parecem-me, os pequenos génios da Catalunha, a metáfora humana perfeita para a frase do também génio alemão. Assim, Einstein e o Barcelona, parecem ter mais coisas em comum do que se imagina. Além da genialidade, cada um na sua função, o método: é lógico que o físico trabalhava. E muito. E os jogadores do Barcelona também trabalham, trabalham no duro. Mas, a imaginação que emprestam ao que fazem, à sua função, passa para nós a ideia de que não lhes custa. São apaixonados (Einstein era, claro). E quando trabalhamos com prazer, quando fazemos o que gostamos, todo o esforço é gratificante.
O Barcelona apresentou-se hoje em Camp Nou igual a si mesmo. Se não soubéssemos que Guardiola saíra do clube, ninguém o pensaria. A equipa continua com a mesma filosofia, o que aliás, seria sempre expectável. Ainda não é possível vislumbrar grandes diferenças com Tito, pelo menos é a primeira impressão que tenho. Guardiola é e será sempre uma lenda em Barcelona, pelo que conquistou e pela forma como o fez. Mas o clube tem uma identidade muito própria, que muito dificilmente algum dia abandonará. Se um mero adepto de futebol sabe disto, que dizer de Mourinho…
“Mou” sabia que ia encontrar o mesmo adversário da época passada. Sabia que ia encontrar a mesma forma paciente de jogar, o mesmo “carrossel”, a mesma “fome de bola”, a mesma pressão. E por isso montou a sua equipa como quase todas se montam frente à, diz o povo, melhor equipa do mundo. A grande diferença é que estamos a falar do Real Madrid, e de Mourinho. Em transição, são fortíssimos. E criaram perigo assim.
A primeira parte foi desequilibrada. Em termos de posse, em termos de querer jogar. Estratégia de Mourinho? Talvez. Talvez o Real quisesse mesmo aguentar-se os primeiros 45’, e atacar forte o início da 2ª parte. E chegou ao golo assim. Grande cabeçada de Ronaldo, e Mascherano mal na fotografia. Mas os primeiros 45 minutos foram da equipa da casa. Com mérito, muito. O Barcelona tem uma forma fantástica de jogar, principalmente com os rivais da capital. Vemos tabelas, vemos futebol ao primeiro toque, vemos pormenores de génio(s), Xavi, Iniesta, Messi… A equipa constrói o seu jogo fazendo triângulos: o portador da bola tem de ter sempre duas linhas de passe com qualidade, e segue assim o carrossel. Quando menos se espera, lá sai um passe de rutura (posição ilegal, no entanto) e Pedro empata o jogo, ainda Ronaldo pensava no seu golo.
Mourinho acaba por sair de Barcelona com um resultado animador para a 2ª mão. Basta vencer por 1-0, o que, tendo em conta o adversário, nunca é tarefa fácil. Mas este Real defende bem, sim. É uma equipa disciplinada taticamente (ou não tivesse o treinador que tem), que sabe o momento certo para pressionar, mas que ainda assim não é perfeita (nenhuma é), e comete erros. Erros, frente ao Barcelona, transformam-se em golos. E que golo de Xavi. 
O Barcelona, embora saia com a vitória, deve estar a tentar perceber como sofre o 2º golo. Erro clamoroso de Valdés, pouco visível no futebol “top”, que destabilizou a equipa emocionalmente e podia ter dado origem ao empate.
3-2, uma enorme 2ª parte, e uma 2ª mão excelente em perspetiva. Paixão e suor, Barcelona e Real. 

Sem comentários:

Enviar um comentário