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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Teoria da causalidade futebolística

Se em conversas com treinadores, dirigentes ou jogadores, aprendemos, ensinamos e discutimos pontos interessantes, reside nas animadas chamadas “conversas de café”, entre adeptos que apenas mantém uma ligação afetiva e emocional com o desporto rei, questões que a meu ver são igualmente fascinantes.
Uma dela, e a meu ver, a mais incrível, é a simplificação que fazem do futebol, fenómeno complexo que não obedece a leis matemáticas. Ontem, na Supertaça Espanhola, mais um exemplo desta teoria, foi ouvir adeptos do Real Madrid dizerem que se o golo do Pedro tivesse sido anulado, o resultado seria o 2-2. Seria? Bastava retirar um golo marcado aos 58 minutos e o restante jogo seria igual? Não.
A complexidade do futebol reside no incrível número de variáveis com as quais ele vive. O fator humano é a mais volátil de todas elas. Isto porque ao falar do fator humano, falamos do físico, do psicológico. O Real marcou o 1-0, depois do Barcelona estar em cima do jogo a primeira parte toda. Facto, o Barcelona galvanizou-se, chegou à frente e marcou um golo. Foi um “must” para a motivação da equipa. E o desalento para os campeões espanhóis. Aquele lance mexeu com o jogo, é um facto e é óbvio. Mas nunca poderemos saber o que aconteceria se o fora-de-jogo fosse assinalado. O Barcelona iria desmoralizar? O Real iria ganhar ainda mais concentração e disciplina tática para segurar o 1-0?
Falo do Barcelona – Real de ontem porque é somente o exemplo mais recente. Mas há tantos, todos os dias. O campeonato português, e quando falo de campeonato, incluo os seus adeptos, são talvez dos mais aguerridos quando se trata de simplificar o futebol. Clássicos estão cheios de lances polémicos, de erros de arbitragem. Erros esses que… “O Porto perdeu 2-0. Mas se o penalty aos 10’ que não foi marcado, o tivesse sido, teria perdido por 2-1.” ou “O Benfica perdeu, mas se o Maxi Pereira não tivesse sido expulso, tinha ganho o jogo.”. O futebol não é assim tão simples. Não há lances iguais, não há jogos iguais, tudo no futebol é novo a cada dia, e aí está a sua beleza. Estar a pensar como seria “se…” é ignorar a beleza do que aconteceu e acontece no futebol todos os dias. Para cada efeito, há uma causa. No futebol também. Teoria da causalidade futebolística… 

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