Thomas Voeckler vence etapa 16 do Tour de France

Thomas Voeckler (Europcar) venceu a etapa 16 do Tour de France 2012, alcançando a liderança da classificação das montanhas pelo caminho. Voeckler fez parte de um grande fuga, mas acabou a etapa isolado, com Chris Anker Sorensen (Saxo Bank) a fazer 2º e Gorka Izaguirre (Euskaltel) a fazer 3º. Na luta pela classificação geral, Vincenzo Nibali, Christopher Froome e Bradley Wiggins terminaram a etapa juntos com quase um minuto de vantagem para Jurgen Van Den Broeck e quase 5 minutos de vantagem para Cadel Evans. Wiggins continua a envergar a camisola amarela.

A Etapa

A etapa nº 16 do Tour de France ligou as localidades de Pau a Bagnères-de-Luchon num percurso de alta montanha de 197 km. Com duas categorias extra e duas 1ª categorias, esta era uma das etapas mais importantes da 99ª edição do Tour de France. Após o 2º dia de descanso, os grandes favoritos à vitória final iriam lutar entre si num dia que prometia muito espetáculo.

Os km iniciais ficaram marcados pelas várias tentativas de fuga desde o km zero. Mas apenas ao km 20 a fuga ficou formada. Uma super fuga, composta por 38 elementos onde se inclui nomes importantes como Voeckler, Jens Voigt, Daniel Martin, Rein Taaramae, Brice Feillu, Laurens Ten Dam, Izaguirre, Rui Costa, Sérgio Paulinho, C. Sorensen, Fredrik Kessiakoff e Alexandre Vinokourov.

Ao km 26 os fugitivos passaram pelo sprint intermedio com Paulinho a passar em 1º lugar e com uma vantagem de 2’10. Os ciclistas começaram a subir a primeira categoria extra do dia e na secção inicial mais fácil da subida a vantagem da fuga rondava os 3’50. A ascensão foi feita a um ritmo regular e a vantagem da fuga não passava dos 3’50, com a Sky a controlar o ritmo no pelotão.

No topo da montanha houve luta pelos pontos da montanha, visto que muito dos homens que lutam por essa classificação estavam presentes na fuga. Voeckler passou em 1º lugar ao bater ao sprint o camisola das bolinhas Kessiakoff. Na descida a fuga ia lentamente ganhando vantagem enquanto uma queda no pelotão levou ao abandono de Vladimir Gusev.

Na zona de abastecimento ao km 87 a vantagem da fuga situava-se a 5’30, que se foi mantendo até aos ciclistas atingirem a base do Tourmalet. Danillo Hondo foi o primeiro a atacar o grupo de fugitivos mas o ataque mais a sério veio por parte de Daniel Martin. Ao ciclista irlandês juntou-se Kessiakoff e Ten Dam, enquanto o grupo de fugitivos começava a perder elementos.

Lentamente ao trio da frente juntava-se outros ciclistas da fuga e voltava-se a formar um grupo numeroso de 20 ciclistas na frente. Entretanto a vantagem da fuga para o pelotão foi aumentando e com menos de 70 km situava-se nos 7’30. Mais um ataque na frente envolvendo Martin, agora juntamente com Voeckler e Feillu. Contudo, os sucessivos ataques de Martin acabaram por ser demasiado para o ciclista irlandês que perdeu o contato com os dois franceses que lideravam a corrida. No topo do Tourmalet, Voeckler passou em 1º lugar à frente de Feillu e com uma vantagem de 10 minutos para o pelotão.

O duo francês manteve-se na frente da corrida na descida do Tourmalet e na ascensão do Col d’Aspin. Sorensen, Voigt e Vinokourov eram os homens mais próximo dos líderes da corrida com ainda vários pequenos grupos de fugitivos estendidos pela estrada. Enquanto Voeckler voltava a passar em 1º lugar no Col d’Aspin, o panorama no pelotão alterava-se com a Liquigas a liderar o pelotão aumentando muito o ritmo. Ivan Basso era o ciclista a impor o ritmo mais elevado e com isso vários ciclistas perdiam o contato com o grupo de favoritos, incluindo Cadel Evans. No topo da contagem de 1ª categoria Evans acumulava já um atraso de 40 segundos para o camisola amarela.

Na descida, Gorka Izaguirre juntava-se ao grupo de Sorensen na perseguição ao duo francês que continuava com 1’20 de vantagem. Evans conseguir juntar-se ao pelotão nos km anteriores à última subida do dia, o Col du Peyresourde. A 7 km do topo Voeckler deixou para trás Feillu enquanto Vinokourov perdia o contato com Sorensen, que chegava a Feillu e rapidamente ia em perseguição isolada ao Voeckler.

No pelotão a Lotto e a Liquigas aumentavam o ritmo na subida e Evans voltava a descolar do grupo de favoritos, assim como muitos outros ciclistas como Thibaut Pinot, Pierre Roland e Andreas Kloden. O trabalho de Basso reduzia o grupo de favoritos a 14/16 elementos e antevia um ataque do seu líder. De facto, Vincenzo Nibali atacou nos momentos seguintes e apenas Froome e Wiggins perseguiam o italiano da Liquigas, com todos os outros, incluindo Van Den Broeck, a ficarem para trás.

O duo britânico chegava-se a Nibali, enquanto Voeckler voltava a passar em 1º lugar no topo da montanha com 1’30 de vantagem para C. Sorensen. Nibali voltou a atacar já perto do topo mas Wiggins mostrou-se forte e foi o camisola amarela a juntar-se ao italiano com Froome na sua roda. Van Den Broeck liderava um pequeno grupo atrás do trio de favoritos que passou no topo com 47 segundos de atraso para o camisola amarela.

Na descida, Voeckler alargou a sua vantagem para Sorensen e tinha a vitória na etapa quase garantida. Sem incidentes durante a descida, Voeckler ganhava a etapa isolado e iria passar a liderar a classificação da montanha no final do dia. Chris Sorensen fazia 2º na etapa e Izaguirre batia Vinokourov ao sprint pelo 3º lugar. Wiggins, Froome e Nibali chegavam juntos com 7’10 de atraso para o vencedor e com sensivelmente um minuto de vantagem para Van Den Broeck. Evans chegava à meta com quase 5 minutos de atraso para o camisola amarela.

As Classificações

A etapa de hoje trouxe muitas diferenças de tempo e a nível de top10, Evans foi o mais afetado com a queda de o 4º para o 7º posto. Bradley Wiggins mantém a camisola amarela, Peter Sagan mantém a camisola verde, Thomas Voeckler passou a envergar a camisola das bolinhas e Tejay Van Garderen mantém a camisola branca.

Classificação da etapa:

1.           Thomas Voeckler (Fra) Europcar – 5:35:02

2.           Chris Anker Sorensen (Den) Saxo Bank-Tinkoff Bank – 0:01:40

3.           Gorka Izaguirre Insausti (Esp) Euskaltel-Euskadi – 0:03:22

4.           Alexander Vinokourov (Kaz) Astana – s.t.

5.           Brice Feillu (Fra) Saur - Sojasun – 0:03:58

6.           Jens Voigt (Ger) RadioShack – Nissan – 0:04:18

7.           Daniel Martin (Irl) Garmin – Sharp – 0:06:08

8.           Simone Stortoni (Ita) Lampre – ISD – s.t.

9.           Giampaolo Caruso (Ita) Katusha – s.t.

10.        Laurens Ten Dam (Ned) Rabobank – 0:06:11

30.        Rui Costa (Por) Movistar – 0:10:54

54.        Sérgio Paulinho (Por) Saxo Bank-Tinkoff Bank – 0:18:01

Classificação geral:

1.           Bradley Wiggins (GBr) Sky – 74:15:32

2.           Christopher Froome (GBr) Sky – 0:02:05

3.           Vincenzo Nibali (Ita) Liquigas-Cannondale – 0:02:23

4.           Jurgen Van Den Broeck (Bel) Lotto Belisol – 0:05:46

5.           Haimar Zubeldia (Esp) RadioShack-Nissan – 0:07:13

6.           Tejay Van Garderen (USA) BMC – 0:07:55

7.           Cadel Evans (Aus) BMC – 0:08:06

8.           Janez Brajkovic (Slo) Astana – 0:09:09

9.           Pierre Rolland (Fra) Europcar – 0:10:10

10.        Thibaut Pinot (Fra) FDJ-Big Mat – 0:11:43

18.        Rui Costa (Por) Movistar – 0:22:47

51.        Sérgio Paulinho (Por) Saxo Bank-Tinkoff Bank – 1:25:18       

Thomas Voeckler vence 10ª etapa do Tour de France

Thomas Voeckler vence a etapa 10 do Tour de France. O francês da Europcar, que também arrecadou o prémio da combatividade e a camisola das bolinhas, bateu os seus companheiros de fuga, Michele Scarponi e Jens Voigt, no último km. Na luta pela CG, Vincenzo Nibali chegou a colocar alguns problemas à concorrência na descida da Grand Colombier, mas os favoritos acabaram a etapa todos juntos e Bradley Wiggins manteve a camisola amarela. Rui Costa teve uma etapa de muito sofrimento, mas o português acabou a etapa inserido no grupo dos favoritos e manteve o seu 11º posto na CG.

A Etapa

A primeira etapa de verdadeira montanha da 99ª edição do Tour de France ligou as localidades de Mâcon a Bellegarde-sur-Valserine, num percurso de 194.5 km. Uma etapa marcada pela 1ª categoria extra do Tour, a Col du Grand Colombier, prometia alta voltagem entre os favoritos e logo após o 1º dia de descanso. Dia de descanso que permitiu o abandono de mais 3 ciclistas: Tony Martin, Matthew Lloyd e Remy Di Gregorio.

A etapa nº 10 começou de um modo frenético, com a fuga a ser lançada pelo camisola verde Peter Sagan e Andriy Grivko. Atrás dos dois homens, havia muitos ataques e contra-ataques na tentativa de se chegar aos dois fugitivos. Este panorama manteve-se até que ao km 32 foram apanhados por um grupo de 23 ciclistas. Ao km 25 o grupo de agora 25 tinha uma vantagem de 2 minutos sobre o pelotão e a fuga estava formada.

Além dos dois ciclistas já mencionados, a fuga continha nomes importantes como Matthew Goss, Simon Gerrans, Egoi Martinez, Thomas Voeckler, Michele Scarponi, Jean Peraud, Sandy Casar e Luis Leon Sanchez. De realçar também o facto da BMC e da RadioShack terem posto 2 homens na fuga. Ao km 50 a fuga tinha uma vantagem de 4’50 para o pelotão depois de uma hora de corrida, tornando-se no início de etapa mais rápido desta edição do Tour, com um média de 49.8 km/h na primeira hora de corrida.

Os ciclistas acalmaram um pouco e à entrada da primeira contagem de montanha a fuga tinha uma vantagem superior a 6 minutos. A 2ª categoria foi ultrapassada em 1º por Michael Morkov. A etapa desenrolava-se sem incidentes e ao km 125 a vantagem da fuga subia dos 7 minutos, com a Lotto a subir à liderança do pelotão.

A fuga atingia o sprint intermédio e houve sprint entre Goss, Sagan e Yauheni Hutarovich, com Goss a fazer 1º e Sagan 3º. A fuga entrava na subida de categoria extra com 6 minutos por um pelotão liderado pela Lotto, que entrou na subida com um ritmo alto a tentar surpreender a concorrência. Mas pouco tempo depois, a Sky reorganizou-se e voltava a liderar o pelotão. Na frente da corrida, o grupo da fuga ia despedaçando-se à medida que subiam a Grand Colombier.

O grupo da frente reduzia-se a 7 com Scarponi, Peraud, Voeckler, Sanchez, Casar, Dimitriy Fofonov e Dries Devenyns com o endurecer da subida e seria LL Sanchez o primeiro a atacar e a isolar-se dos seus companheiros. No grupo de favoritos, Rui Costa passava por dificuldades. A 50 km da meta Sanchez era apanhado pelos seus perseguidores, enquanto o ritmo no pelotão era controlado pelos homens da Sky.

A 2 km do topo iam LL Sanchez, Voeckler, Scarponi e Devenyns na frente a 1 minuto dos perseguidores e a 6 minutos do pelotão comandado pela Sky, que foi apenas testado brevemente por Jurgen Van Den Broeck. No topo da categoria extra foi Voeckler a passar em 1º lugar, seguido dos seus companheiros de fuga, enquanto Thibaut Pinot, vencedor da 8ª etapa, atacava o grupo dos favoritos. O 2º grupo de fugitivos passava no topo a um minto de atrasado, enquanto Van Den Broeck e Pierre Roland atacavam no último km de subida, passando no topo a 5’15 da fuga.

Na descida, Vincenzo Nibali atacou os seus rivais e conseguiu fugir do grupo dos favoritos. Num bom momento tático por parte da Liquigas, Nibali alcançou Peter Sagan na descida e o camisola verde trabalhou para o seu líder na descida, tendo alargado a vantagem para 1 minuto para o camisola amarela.

Na última subida do dia, Sagan terminou o seu trabalho e era Nibali que tinha que sozinho manter a sua vantagem. Mas a equipa da Sky continuava forte e o trabalho de Richie Porte foi fantástico tendo alcançado Nibali ainda antes do fim da subida. Na frente da corrida, o quarteto continuava unido e Thomas Voeckler passava outra  vez na frente da contagem da montanha, tendo terminado a etapa com a liderança na classificação da montanha.

Pierre Roland e Van Den Broeck atacaram outra vez no topo da montanha e ganharam alguma vantagem em relação ao grupo de favoritos, enquanto a fuga mantinha-se nos 3 minutos de vantagem, o que garantia que a vitória na etapa seria discutida entre os homens da fuga. A descida foi percorrida pelos ciclistas sem ataques e incidentes.

Nos km finais Jens Voigt juntou-se aos 4 ciclistas da frente que se foram atacando uns aos outros nos km de acesso à meta. Acabou por ser Voeckler a efetuar o ataque fatal que lhe deu a vitória na etapa. Van Den Broeck e Rolland ganharam 32 segundos ao grupo dos favoritos, que chegaram à meta juntos a 3’16, com Rui Costa incluído.

As Classificações

No top10 houve apenas uma alteração, com Tejay Van Garderen a descer ao 10º posto, e Van Den Broeck ganhou alguns segundos aos seus rivais. Bradley Wiggins mantém a camisola amarela, Peter Sagan continua a liderar a camisola verde, Thomas Voeckler subiu à liderança da classificação da montanha e Tejay Van Garderen continua a liderar a classificação da juventude.

Classificação da etapa:

1.           Thomas Voeckler (Fra) Europcar – 4:46:26

2.           Michele Scarponi (Ita) Lampre-ISD – 0:00:03

3.           Jens Voigt (Ger) RadioShack-Nissan – 0:00:07

4.           Luis Leon Sanchez (Esp) Rabobank – 0:00:23

5.           Dries Devenyns (Bel) Omega Pharma-QuickStep – 0:00:30

6.           Sandy Casar (Fra) FDJ-Big Mat – 0:02:44

7.           Egoi Martinez (Spa) Euskaltel-Euskadi – s.t.

8.           Pierre Rolland (Fra) Europcar – s.t.

9.           Jurgen Van Den Broeck (Bel) Lotto Belisol – s.t.

10.        Dimitriy Fofonov (Kaz) Astana – 0:02:52

19.        Rui Costa (Por) Movistar – 0:03:16

72.        Sérgio Paulinho (Por) Saxo Bank-Tinkoff Bank – 0:15:04

Classificação geral:

1.           Bradley Wiggins (GBr) Sky – 43:59:02

2.           Cadel Evans (Aus) BMC – 0:01:53

3.           Christopher Froome (GBr) Sky – 0:02:07

4.           Vincenzo Nibali (Ita) Liquigas-Cannondale – 0:02:23

5.           Denis Menchov (Rus) Katusha – 0:03:02

6.           Haimar Zubeldia (Esp) RadioShack-Nissan – 0:03:19

7.           Maxime Monfort (Bel) RadioShack-Nissan – 0:04:23

8.           Jurgen Van Den Broeck (Bel) Lotto Belisol – 0:04:48

9.           Nicolas Roche (Irl) Ag2R LA Mondiale – 0:05:29

10.        Tejay Van Garderen (USA) BMC – 0:05:31

11.        Rui Costa (Por) Movistar – 0:05:46

55.        Sérgio Paulinho (Por) Saxo Bank-Tinkoff Bank – 0:40:13