A etapa nº 17 do Tour de France leva os ciclistas de
Bagnères-du-Luchon a Peyragudes, na última etapa dos Pirenéus. Num percurso de
143.5 km (o mais curto desta edição do Tour, se excluirmos a etapa para Paris)
e com alta montanha hoje é o dia para os últimos grandes ataques entre os
homens que lutam pela classificação geral, entre os que ainda procuram uma
vitória numa etapa e entre os que lutam pela classificação da montanha. Para
tal, os ciclistas enfrentam 5 contagens de montanha, incluindo uma categoria
extra e duas 1ª categoria, a caminho da meta que se situa no resort de
desportos de inverno de Peyragudes, que faz hoje a sua estreia na Grande Boucle.
As Montanhas
- KM 27.5 – Col de Menté 1349m – 9.3 km a 9.1% - 1ª Categoria
- KM 55.5 – Col des Ares 797m – 6 km a 5.3% - 2ª Categoria
- KM 76 – Côte de Burs 592m – 1.2 km a 7.6% - 3ª Categoria
- KM 111.5 – Port de Balès 1755m – 11.7 km a 7.7% - Categoria Extra
- KM 142.5 – Peyragudes 1603m – 15.4 km a 5.1% - 1ª Categoria
Curiosamente, os ciclistas começam a etapa de hoje na base
da última subida do dia o que torna a etapa quase num circuito. Os primeiros km
são feitos em ligeira descida. As tentativas de fugas irão suceder-se umas às
outras, mas certamente que a fuga só ficará definida na 1ª montanha do dia,
cuja ascensão começa logo ao km 17.
O Col de Menté é uma subida muito dura, como se pode ver no
gráfico. Uma subida irregular com um miolo particularmente difícil, com
inclinações médias entre os 9% e os 11%. Os 2 km seguintes “suaviza” para os 8%
antes dos 300m finais outra vez a 10%. A descida de 15 km não é das mais
técnicas, mas requer que seja feita com atenção.
Os ciclistas entram, após a descida, na parte da etapa mais
calma e mais fácil. São 50 km em terreno acidentado ou plano. Os ciclistas
passam pelo acessível Col des Ares, de seguida encontram 20 km de terreno sensivelmente
plano antes da pequena colina de Côte de Burs. Após a contagem de 3ª categoria
são 5 km planos até ao sprint intermedio, cujo o acesso é feito em terreno
relativamente plano e sem qualquer dificuldade nos últimos 1500 metros, mais 5
km planos até à zona de abastecimento. A partir dessa zona os ciclistas começam
ligeiramente a subir durante 10/15 km em direção ao início da única contagem de
montanha de categoria extra do dia.
O Port de Balès é uma subida muito dura, apesar de só
recentemente ter sido começada a ser utilizada no Tour, primeiro em 2007 e
depois em 2010, onde foi palco do famoso caso da corrente de Andy Schleck. A
subida é ingreme, mas com muitas alterações no gradiente de inclinação com
zonas a 6.5% e outras zonas a 10%. De realçar que, apesar da organização só
categorizar 12 km da subida, a ascensão começa bem mais cedo, com 6/8 km em
subida antes de entrar nos km apresentados no gráfico.
A descida é longa, técnica e sinuosa com muitas curvas e
contracurvas, mas também apresenta alguns km de plano. Quando a descida
termina, os ciclistas entram logo em nova ascensão, no Col de Peyresourde. Ultrapassado
já na etapa de ontem, no dia de hoje os ciclistas vão subir pelo lado de onde
descerem na etapa anterior. O gradiente de inclinação é bem mais regular nesta subida
e a ascensão será sempre feita entre os 7.5% e os 8.5%, exceto no km 3 que é a
4.5%. Após o topo os ciclistas entram numa descida curta de 2 km antes de
voltarem a subir para a meta em Peyragudes.
O Final
Os ciclistas enfrentam os últimos km em subida do dia em
direção à linha de meta. São apenas 3 km de ascensão, mas ainda com um km bem
duro a 10%. A partir daí aligeira para os 7% e 6% para depois entrarem no último
km da etapa que será em terreno plano. Estes km finais são a última
oportunidade para os ciclistas fazerem as últimas diferenças de tempo nas
montanhas do Tour de France.
Os Favoritos
É o último dia de montanha na 99ª edição do Tour de France e
é também o mais curto. São as últimas oportunidades para os ciclistas que
querem fazer diferenças de tempo na montanha, para os que querem vencer a
camisola das bolinhas e para os que ambicionam com uma vitória em etapa nos
Pirenéus.
No que diz respeito à classificação da montanha, a luta
parece resumida a dois ciclistas que estão separados por apenas 6 pontos. Thomas Voeckler e Fredrik Kessiakoff terão necessariamente que lutar mais uma etapa
pelos pontos nas principais montanhas do dia. Se ambos os ciclistas não tiverem
em boas condições, poderá ser Chris
Anker Sorensen a tomar conta da camisola das bolinhas, apesar de estar a 30
pontos de atraso.
Muitas equipas ainda não conseguiram vencer uma etapa nesta
edição e hoje é provavelmente a última oportunidade para muitas delas. A
Movistar é um desses casos e Juan Jose
Cobo, com um 4º lugar numa etapa muito similar no Tour de 2007, pode muito
bem tentar a sua sorte hoje, juntamento com o seu companheiro Alejandro Valverde. Após a tentativa
falhada de ontem, seria interessante se hoje Brice Feillu e Daniel Martin
estivessem outra vez ao ataque. A Rabobank tem também tentado muito nas últimas
etapas e hoje pode ser o dia de Steven Kruijswijk.
Entre os homens que lutam por um lugar final no top10 em
Paris, hoje é para muitos o último dia para fazer diferenças. E porque não
atacar logo na primeira contagem de montanha do dia. Homens como Thibaut Pinot e Pierre Rolland sabem que com o contrarrelógio individual de sábado
precisam de ganhar tempo a toda a concorrência. Com o muito tempo perdido
ontem, Cadel Evans pode hoje tentar
salvar a face ao atacar de longe. Jurgen
Van Den Broeck tem a obrigação de atacar para tentar entrar no pódio,
enquanto Vincenzo Nibali ainda é o
único ciclista que pode pôr em perigo a camisola amarela de Bradley Wiggins.
A transmissão televisiva começa por volta das 12:00, podendo
acompanhar a etapa na Eurosport à mesma hora, com o final da etapa previsto por
volta das 16:00. A etapa será transmitida na totalidade pela Eurosport e sendo
uma das etapas mais importantes do Tour aconselho a ser acompanhada desde o seu
início.
Sem comentários:
Enviar um comentário