Pela segunda semana consecutiva, o Gil Vicente arranca um
empate a zeros a uma equipa europeia.
Este Gil Vicente aborrece, cansa e sobretudo não traz, com
certeza, adeptos aos estádios. A equipa (tal como contra o Porto) limitou-se a
defender, a sofrer, com grande espírito de sacrifício, suor e esforço, é certo.
Mas quem gosta de futebol, não diz «vamos treinar para sofrer 90’».
E foi assim a 1ª parte dos gilistas. Defender as investidas
(algumas) do Marítimo e… tentar, sair em transição. Na frente, os de Barcelos
são lentos, sem soluções, fruto muito do número reduzido de homens que colocam
na transição. Era comum ver-se Rafa Silva sozinho contra 3, 4 jogadores do
Marítimo.
O Marítimo, esse, procurou o golo, procurou sair a jogar
desde trás mas faltou… velocidade. Sobretudo acelerar os processos ofensivos.
Danilo Dias esteve abaixo daquilo que eu penso que pode dar à equipa,
principalmente ao gerir o ritmo de jogo. A equipa joga como ele joga. E o Gil
Vicente, com a sua estratégia posicional em organização defensiva, conseguia
afastar sempre o perigo de uma equipa do Marítimo que jogava a passo. Quando
acelerava, fazia tremer a estabilidade gilista.
Outro dos problemas deste Marítimo é a finalização. Muito
pouca qualidade neste capítulo (foi assim neste jogo, poderá ter sido pelo
desgaste emocional de jogar contra uma muralha). Fidélis, Héldon, trabalham
imenso os lances mas no último capítulo foram incapazes.
A 2ª parte pouco ou nada de novo trouxe. O Gil Vicente ainda
atacou menos (sim, é possível) e o Marítimo continuou sem conseguir acelerar os
processos.
Este Gil Vicente parece-me que tem uma debilidade que pode
ser explorada para derrubar a muralha. Se lhe derem a bola e o obrigarem a
subir no terreno, vão colocar mais gente na frente. Aí, uma equipa bem
organizada defensivamente e forte na recuperação, com transições rápidas, acaba
com uma estrutura que desequilibraria, além de ser muito lenta.
Pode ser uma solução para outros clubes, mas nunca os três
grandes. Porque por uma questão social, e de orgulho, não vão dar a bola
ao Gil Vicente. Por isso, podem sempre esperar dificuldades.
A semana passada, houve galo
no campeão. Ontem, houve galo
insular.
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