Os focos de interesse sobre o jogo de Setúbal eram vários.
Desde Melgarejo no Benfica, à reação dos encarnados ao jogo de Braga, passando
pela motatização do Vitória, que
tendo um dos bons treinadores portugueses no banco, esperava poder criar
dificuldades aos comandados de Jorge Jesus.
Foi essa a ideia que o Vitória passou nos primeiros 5
minutos. O Benfica esteve por cima, entrou com tudo, mas os vitorianos sabiam
recuperar e sair em transição com alguma qualidade. 5 minutos é pouco para
analisar o que quer que seja no futebol, mas o Benfica nunca controlou o jogo
nesse período.
A entrada sem nexo de Amoreirinha sobre Melgarejo ditou o
fim das hipóteses do Vitória no jogo. Isto porque, mesmo com 10, José Mota
nunca abdicou de contra-atacar com vários homens, sempre na procura do golo. Ao
Benfica, bastava manter-se concentrado a defender e saber ter critério nas
saídas para o ataque. E soube, chegando ao golo e ficando a vencer por 3-0 até
ao intervalo.
A atitude do Vitória, mesmo depois de cada golo sofrido, foi
muito positiva mas… inglória. Mesmo a jogar com 10, nunca quis estacionar o autocarro e defender, para
sofrer o mínimo de golos possível. Tentou sempre remar contra a maré encarnada,
mas expunha-se demasiado por vezes. O desgaste acabou por se ir notando, e
houve mesmo momentos no jogo que chegaram a ser aborrecidos, pois o Benfica
trocava a bola sem qualquer objetivo, de forma lenta, sentindo-se que bastava
acelerar para fazer tremer o Setúbal. E foi assim no 3-0.
A 2ª parte serviu sobretudo para Jesus mostrar que tem um
plantel cheio de soluções ofensivas, e com grande qualidade. Rodrigo esteve
impecável, a par de Salvio. Mas Cardozo parece estar a perder espaço, esteve
apagado e foi substituído. Ainda jogou Nolito, Aimar (que classe!) e Enzo Pérez
foi titular. Mas ainda há Gaitán, Ola John, Djaló, Kardec, Saviola… A grande
questão é como é que Jesus vai gerir os egos de um plantel com tantas soluções,
e se isso poderá ser um problema para o clube e para a equipa no decorrer da
época.
Do jogo de Setúbal, da expulsão de Amoreirinha, à avalanche
ofensiva dos encarnados, fica a certeza de que, a maior goleada da Liga até
agora, foi sobretudo um jogo… vermelho.
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