De onde nasceu esta paixão por este grande desporto?
A minha paixão por ciclismo nasceu em 1993, durante as férias escolares, desse ano comecei a seguir a Volta a Portugal. Até aí e talvez derivado á minha idade achava o ciclismo um desporto um pouco entediante devido às longas horas de duração de uma etapa. Contudo, nesse ano fiquei deslumbrado ao ver uma performance fantástica evidenciada pelo Vítor Gamito em que superou o Campeão do Mundo de Contra-relógio da altura e fiquei fascinado por este desporto. Passei a ser um apreciador do Vítor e tornei-me um enorme apaixonado pelo ciclismoAliás, acho que qualquer pessoa que veja uma etapa de alta montanha em que os ciclistas que lutam pela vitória na classificação geral individual, fica de imediato "contagiado" por esse bichinho do ciclismo. Sou um intenso apaixonado pelo fenómeno desportivo no geral, mas o ciclismo é aquele que mais "pulula" no meu coração.
Qual a sua Volta favortia?
Por razões sentimentais a Volta a Portugal é a minha Volta favorita. Isto porque é a "nossa Volta". No entanto, acho que a Volta a França tem uma magia especial que a transforma num dos maiores eventos desportivos disputados à escala planetária e que faz com que mesmo aqueles que não gostam de ciclismo vão tendo interesse em seguir de perto as incidências do Tour. Por seu turno, ao nível da competitividade parece-me que das três grandes Voltas, a Vuelta é semrpe a corrida mais aberta e empolgante.
Quais os Ciclistas mais marcantes para si?
A nível nacional o Vítor Gamito é o meu ciclista de eleição, como ídolo no pelotão internacional tenho o Abrham Olano.
Equipa de ciclismo favorita?
A minha equipa favorita de todos os tempos foi a Sicasal/Acral. Penso que foi uma equipa que pela sua qualidade, nível de organização e poderio logísitco estava imensos anos adiante do seu tempo.Penso que faz muita falta ao ciclismo português o reparecimento de uma equipa daquele nível. Lá por fora, a Once foi um conjunto que sempre me fascinou nomeadamente quando tinha nas suas fileiras o Olano, o José Azevedo e o Joseba Beloki.
De onde saiu a ideia para a realização de um livro sobre a “Volta a Portugal”?
Eu e a Magda (clique para ver entrevista do Ponto á Magda) iniciamo-nos em 2006 no mundo da literatura com a concepção da biografia do Vítor Gamito intitulada "As Voltas de uma Carreira".
De lá para cá continuamos a idealizar um projecto que nos permitisse voltar a lançar um livro no desporto que ambos amamos, ou seja, o ciclismo.
Juntamente com a editora Prime Books decidimos realizar uma obra que retratasse as peripécias que os ciclistas têm de ultrapassar na prova rainha do ciclismo português e desse modo dar a conhecer ao grande público "estórias" que por norma não se tornam do conhecimento geral.
É um livro com algum humor, mas que me parece que tem o mérito de estar revestido de algum conteúdo histórico e até mesmo pedagógico para aqueles que tal como eu e a Magda olha para o ciclismo como a modalidade da sua predilecção.
Além disso, agrada-me particularmente o facto de através deste livro voltarem á actualidade alguns dos grandes nomes do passado do ciclismo português e que o passar do tempo com naturalidade excluiu da memória colectiva. Não posso ainda deixar de agradecer a colaboração do Vítor Gamito e dos jornalistas Vasco Resende, Guita Júnior e João Pedro Mendonça, cuja colaboração foi essencial para que este livro pudesse ganhar forma.
Já sentiu alguma reacção de agrado de fãs de ciclismo após a publicação deste livro? Qual a sensação?
Embora o livro tenha sido lançado muito recentemente temos sentido algumas mensagens de apreço por parte dos leitores. É para nós muito gratificante sentir esse carinho. Oferece-nos a motivação necessária para continuarmos a trabalhar e permite-nos ter a vontade de fazermos mais e melhor em prol deles.
Para finalizar, qual estória do livro que prefere?
Gosto muito de uma "estória" em que o José Maria Nicolau está no quarto com um colega de equipa que envergava na altura a camisola amarela na Volta a Portugal. Como na época o ciclismo era encarado de forma diferente os ciclistas não se regiam por tácticas colectivas, mas cingiam-se somente aos interesses individuais de cada um. Assim sendo e ao ver o seu colega de quarto e de equipa olhar-se ao espelho na posse da camisola amrela, Nicolau contemplou-o e soltou a seguinte exclamação: Fica-te bem fica-te, mas amanhã já não a tens!". No dia seguinte José Maria Nicolau "desapossou" o seu companheiro de equipa do símbolo de líder. Sinais daqueles tempos...
Fernando Lebre é jornalista da revista Ciclismo a Fundo assim como autor do livro À Volta na Volta par de Magda Ribeiro.
Esse livro conta várias estórias interessantes sobre a volta a Portugal, onde se encontra muito humor; um livro a comprar altamente recomendado pelo Ponto no Desporto!!!
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